quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Mi Buenos Aires querida

Já tem algum tempo que estava planejando uma viagem para Buenos Aires, para visitar minha amiga portenha Karina, que conheci quando trabalhava na EMC, e que sem dúvida é minha melhor herança de lá.


Nesse último feriado tomei coragem, arrumei minhas malas e fui...... sozinha!
Pela primeira vez em 15 anos faço uma viagem by my self, sem marido e filhos (sem contar as viagens de trabalho, claro).
Posso dizer que foi uma experiência muito rica, onde pude aprender apreciar minha própria companhia, passear, comer e beber sem me preocupar com o tempo....

Acho que depois de tanto tempo não sei mais lidar com tanta liberdade, me sinto meio perdida no espaço.
Mas sim, pude visitar museus EM PAZ, sem correr atrás de criança. Pude dormir 12 horas seguidas (yesssss) e pude almoçar as 4 horas da tarde heheheheheh!!!
Coisas simples da vida que se tornam raras depois da maternidade. E como nós mães sabemos valorizar esses momentos!!





No último dia já estava doente de saudade dos meus pequenos, contando os minutos para chegar em casa... e quando finalmente retornei, foi o melhor momento da viagem, ser recebida com tanto amor e carinho.
Sem dúvida o melhor lugar do mundo é aquele que estão as pessoas que amamos, né???



Meu obrigada especial ao meu marido, melhor pai do mundoooo, que cuidou tão bem de nossas crias e que curtiu junto comigo esse espaço de calmaria dentro do caos de nosso dia-a-dia.




sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Impossível não olhar para trás



Apesar de ter começado a frequentar a escola no início do ano, o Rico ainda é bem resistente na hora de nossa despedida.
Ele não aceita ficar na porta da escola, tenho que levá-lo TODOS os dias dentro da sala de aula. E é sempre um drama.
Ontem foi um dia especialmente difícil.
Ele, como sempre, ficou enrolando o quanto pode para desgrudar da minha perna.
Uma das poucas vezes que não teve choro.
Comemoro.
Dura pouco.
Quando olho para trás, para ver se ele estava bem, o vejo sozinho, debruçado na janela da sala, acompanhando a minha partida, e com os olhos que mesmo calados diziam claramente:
- Mamãe, fica!!!

Nem preciso falar que chorei compulsivamente no trajeto para o trabalho, e passei o dia todo com aquela imagem na cabeça, de seu olhar baixo, rendido.

Me desculpa filho. Eu não queria que fosse assim. :(

Chegando de noite para buscá-lo no meu pai, ele corre eufórico em minha direção e pula no meu colo com aquele abraço cheio de verdade:

- Mamãe, que saudade!! Você é muito linda!

E então eu posso, finalmente, ser feliz novamente... até a manhã do dia seguinte....




terça-feira, 29 de setembro de 2015

And go take that California trip, get your kicks on Route 66

Eu planejei  essa viagem por alguns anos. Sempre tive o sonho de fazer a costa oeste dos EUA em família. Não sei bem porque, acho que pela magia do local, os leões marinhos, a costa azul do Big Sur, a charmosa Rota 66, as baleias, enfim, achei que seria uma escolha ótima para conciliarmos os interesses das crianças com os nossos.
E nesse ano, em julho, ela finalmente aconteceu! E sim, foi muito melhor do que eu imaginava. Poder passar 20 dias, 24h todos juntos e misturados foi demais. Só essa parte já teria feito a viagem valer a pena, seja lá qual fosse o destino.
Mas enfim fomos para nossa California trip, e todo dia eu quero voltar no tempo para viver novamente cada dia maravilhoso que passamos por lá.

Não vou aqui fazer um diário de viagem, mas queria pontuar os momentos mais marcantes, aqueles que vão nos render boas lembranças e boas risadas para o resto de nossas vidas.
Foi a primeira grande viagem que fizemos na configuração final da família, com nosso caçulinha a bordo.

Piquenique Alamo Square, San Franciso


São Francisco é uma cidade maravilhosa, confesso que a sujeira e a quantidade absurda de moradores de rua me decepcionou um tanto, mas o romantismo da cidade pulsa, com seus bondes, ladeiras, praças e a imponente Golden Gate.
Eu sou uma fã inveterada de piqueniques, adoro comer junto à natureza, celebrar, me integrar com aquele ambiente. Antes mesmo de viajar comprei uma mochila de piquenique (que acabou esquecida em um hotel buáaaaaa). Mas ela foi bem aproveitada, uma vez. L
Acordamos e decidimos que iríamos fazer um Brunch no parque. Passamos em uma grosserie, nos abastecemos de frutas, queijos, batata, nutella (clarooooo), sucos e vinho (claroooo 2).
O resultado foi esse aí, um momento delicioso, desafiando o terreno inclinado do lugar, mas que nunca sairá da minha memória. As crianças adoraram!!

Bisou Bistro – San Franciso


No último dia de nosso primeiro destino resolvemos comer no Castro, pois tínhamos passado rapidamente pelo bairro mais alegre, colorido e animado de SFO, já que as crianças estavam cansadas naquele dia. Eu lá me corroendo por dentro por não poder entrar nas baladas e bares agitados do lugar, todos incrivelmente animados vistos pelo lado de fora.  Enfim, fiz uma reserva meio às cegas em um Bistro pelo TimeTable, já que o restaurante que haviam nos indicado estava lotado, e lá fomos nós, cansados e famintos, para variar.
Apesar do verão estava um frio do cão em SFO (pelo menos para meus padrões), então acabamos chegando mais cedo no restaurante, porque não aguentamos ficar andando na rua. Nossa reserva era para as 20 horas, chegamos as 19.
Rico dormia desde das 18, ainda se adaptando com o novo fuso horário.
Criança pequena dormindo = hora de encher a cara hahahaha!!!!

Pedi um sparkling Pinot Noir dos deuses, que caiu como uma luva depois de um dia cansativo. Sentamos e tivemos uma noite muito alegre, descontraída e feliz, nós quatro, com mtas risadas. Rico permaneceu dormindo o tempo todo, o que nos rendeu além de tudo um jantar tranquilo. Hahahah. O belo adormecido só acordou no dia seguinte. E assim começou a saga dos cochilos eternos do Rico BEM na hora das refeições, para o desespero da mamãe aqui!!!!

Strawberry Fields Forever




Na nossa ida para o litoral, fiquei de olho nos morangos maravilhosos que meu pai me disse que vendiam na estrada. AMAMOS morangos!! Pegamos a tão esperada Pacific 1, com nosso carro caminhão, e depois de algumas horas de viagem rumo à Monterey avistamos um lugar que dizia: Chocolate Strawberry! Opa! Falou em chocolate? Falou em morango? É com nós mesmos, principalmente com as meninas formigas da família, né Lua?
Para nossa alegre surpresa não era uma simples loja de morango. Era uma fazenda, com todos os doces feitos com morango que vc pode imaginar. Um lugar lindo, bucólico, cheiroso, aconchegante. Eu, lógicooooo comi um Cheesecake Deuso, inesquecível. Não havia cobradores na fazenda, você escolhia o que queria, colocava o preço sugerido na caixa e pegava seu troco. Algo super normal de se ver por aqui, né?
Demais esse lugar, que alegrou nosso dia e nos abasteceu de energia para continuar a viagem.


Pfeiffer Beach – Big Sur



Putz, que tarde inesquecível. Em nosso segundo dia em Monterey fomos conhecer uma das praias mais famosas do Big Sur, que tem uma pedra vazada no meio, tornando a paisagem ainda mais peculiar e encantadora. Chegamos lá e era um verdadeiro paraíso, com um riozinho onde finalmente o Rico pode brincar (a água da Califórnia é congelanteeeeee). O ric fez torre de pedras com as crianças, rico nadou e conheceu amigos que falavam estranho (hahahah), Pedro escalou as falésias, e eu fiquei lá, contemplando e agradecendo por aquele momento tão mágico.

Píer das Baleias



Após um dia mto frustrante, porque a neblina nos fez perder o espetáculo do Big Sur (momento mais esperado da viagem por mim), resolvemos visitar o Hearst Caste. Eu fui meio desanimada porque estava realmente PUTA da vida com aquela neblina maldita! Meu humor tende a se alterar fortemente quando as coisas não saem da forma planejada kkkkk. Saindo do castelo, avistamos um Pier cheio de gente e resolvemos parar pra ver qual era. De repente, não mais que de repente, avistamos duas baleias dando um show rente ao Pier. Nunca tínhamos visto baleias in natura, e achávamos que seria muito difícil termos a sorte de encontra-las. Mas sim, a sorte mudou de lado e vivemos um dos momentos mais especiais da viagem, fiquei arrepiada, emocionada, e me desculpei com a Mãe natureza pelo meu mau humor durante o dia. 

Meeting Juca and Kevin



O Ric marcou um encontro com um primo que não via há anos, e que mora em LA. Combinamos um café da manhã em Santa Monica, área litorânea de LA. Chegando lá a nossa identificação foi imediata, senti que já os conhecia há tempos. Juca e seu marido Kevin, pessoas maravilhosas, que nos receberam de braços abertos, nos ofereceram um café da manhã e um jantar maravilhosos, nos ajudaram na aventura das crianças no Six Flags, na compra do computador do Pedro, me levaram para uma loja mara de utensílios culinários (me acabei), esperaram pacientemente o Rico brincar em uma Arcade da vida,  nos proporcionando momentos agradáveis e alegres em família. Combinamos que nosso próximo encontro será nos Canions de Utah!!!  Promessa é dívida!!! Foi sem dúvida um encontro muito especial!

Disneyland




No início fiquei na dúvida se iríamos ou não visitar a Disney. Além de ser um passeio caro, não sabia se valeria a pena, pois as crianças mais velhas gostam mesmo de montanha russa, e o caçula nem sabe o que é Disney direito, conhece alguns filmes (Carros e Toy Story) e só. Mas, acabei não resistindo à magia e fomos.
Como era julho o parque estava lotado. Mesmo assim, armando um esquema de guerra com o Fast pass conseguimos aproveitar as principais estações. Rico pirou no carrinho de laser do Buzlightyear, no Dumbo, no submarino do Nemo, em tudo. O parque é lindo, impecável, muito maior do que eu imaginava. Não conseguimos conhecer nem metade. Mas o ápice do dia foi mesmo o desfile noturno e o show de fogos. O Rico ficou hipnotizado. Lua e Pedro se deixaram levar e mergulharam no universo infantil novamente. Todos estávamos eufóricos. Eu um pouco histérica kkkkkk. Foi um momento muito especial em família, eu me emocionei, o Ric chorou (e ele não chora nuncaaaaaaa). Saímos destruídos, cansados, famintos (pra variar) e ainda tínhamos que fazer o chek-in no hotel. Valeu cada segundo de guerra!!!

Crazy Las Vegas


Vegas, ah, Vegas.  Sempre tive um certo bloqueio com relação à Vegas pq não me identifico com a cidade e seu conceito de luxo, ostentação e exagero. Tudo lá é megalomaníaco. Mas em compensação super me identifico com os shows e as baladas noturnas kkkkk. Juntando com nossa vontade de conhecer o Grand Canyon, Vegas entrou para o roteiro.
Como viajamos bem no começo da alta do dollar, nos dividimos para assistir aos shows. Rico só entrava em um, e achamos que não valia a pena pela idade dele. O Ric levou o Pedro para assistir o Cris Angel, já que ele AMA mágica. Eu e a Lua fomos no show Love, dos Beatles, clarooooo. Somos duas fãs inveteradas desses caras!!
Masssssss, também teve o dia dos papais aqui se divertirem, né??. Lua se encarregou de ficar de babá dos meninos e nós, fomos pra onde??? Pra baladaaaaaaaa!!! Melhor balada everrrr, na casa noturna do MGM, a Hakkasan!!! Apenas, imperdível. Apenas, queria ir em todas as baladas da cidade. Apenas lembrava que sou mãe e não posso. Apenas o que acontece em Vegas fica em Vegas hahahahahahahah!!!

Grand Canyon




Nada pode descrever o que é estar diante desse gigante da natureza. O que é se sentir um nada nesse universo. O que é sentir a presença de uma força maior, inexplicável, que uns chamam de Deus, outros de Sol, Alá, Tupã,  Shiva, ou qualquer coisa que o valha.
Ficamos os 5 paralisados, de emoção e medo!!
Medo porque simplesmente um passo em falso e já era!! Não há nenhum tipo de proteção para os mais sem noção (como eu), então baby, bobeou, dançou.
Eu era a mãe escandalosa do local, gritando, agarrando os filhos, a verdadeira maluca atração à parte do parque. O Rico, tks God é mega medroso então nem chegava perto dos abismos, agora os outros dois, tifalar viu, quem não tem coração de ferro (eu não tenho), não vá para um lugar desses com crianças, ok? Fica a dica. Kkkkkkk

Le Reve - The Dream




Pra fechar a nossa viagem dos sonhos, no último dia encontramos minha mãe, que coincidentemente foi para a California com uma amiga e chegou um dia antes de irmos embora de Vegas. Fomos assistir o show Le Reve, que é algo meio que sobre-humano. Mega produção, um show aquático que de tão perfeito não parece real. Foram duas horas de arrepio e coração batendo forte. Sem dúvida, uma noite digna para fechar a viagem mais incrível de nossas vidas.

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Dorme bem, meu menino

Minha ultima postagem nesse blog foi em 2010, quando você nem sequer pensava em existir. Para mim a família já estava com sua configuração final. Um casal de filhos lindos e saudáveis. O que mais eu poderia desejar?
Mas não, eu não sabia de nada, eu sequer imaginava que você estava lá, esperando apenas uma oportunidade para nos escolher. E  daí você veio, sem pedir, assim, como quem chega chutando a porta, sem medo, intenso, avassalador.
Então, para comemorar minha decisão de reativar esse espaço com o firme propósito de não deixar as lembranças serem levadas pelo vento, eu resolvi te escrever. Peço desculpas pela péssima qualidade literária, mas quanto ao amor, ai, só Deus sabe como ele transborda de mim a cada segundo que penso em você.

Quando a noite vem

Demorei para entender, para aceitar,
Que quando a noite vem levando o calor do sol
Seu corpo, sempre quente, chama pelo meu
Que quando o silêncio da escuridão toma o seu lugar
Seu corpo pede para me escutar, um suspiro, um chiado, um pulsar
E então você chega, choroso, assustado com o mundo tão gigante perto de sua pequenice
Mas assim, ao primeiro toque, ao primeiro olhar,
O silêncio enfim, retoma seu lugar
E você finalmente pode voltar a sonhar
Nos braços de quem você sempre quer estar




 

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Submersa em Pensamentos

Não gosto de me sentir só... gosto de ficar só. Não gosto de me calar... gosto do silêncio. Difícil é encontrar nessa correria da vida moderna um tantinho de tempo para nada ouvir... apenas pensar... uma conversa solitária cá entre mim e eu mesma.

Há um ano atrás eu tive uma fratura de stress no fêmur, o que me afastou de uma atividade que me dava um imenso prazer: correr. Depois um tempo parada e indesejáveis quilinhos a mais eu decidi que precisava buscar outra alternativa para melhorar a minha saúde e auto-estima. Fui nadar.

Qual não foi minha surpresa quando, entre uma braçada e outra, além de recuperar o prazer de um esporte que eu tanto pratiquei na infância, encontrei na natação meu momento de silêncio e solidão. E adorei.

É como um retorno ao ventre, um silêncio extremamente confortável e aconchegante, que me chama desesperadamente para meus pensamentos, para a reflexão... e a cabeça roda... fora de controle!

Paradoxo ou não, esses momentos de solidão extrema são justamente quando me sinto mais amparada, pois é a hora do encontro...ou reencontro.

Os pensamentos vão e vêm de forma tão rápida quanto aleatória..... lembranças, sonhos, decepções, dúvidas, indecisões, tudo assim,,,, junto e misturado, uma bagunça geral.... daquele tipo que só a gente mesmo consegue se encontrar.

A sensação de que nada há do lado de fora me dá prazer... pois naqueles momentos os problemas são só meus, as dúvidas me pertencem e as idéias e conclusões são como a chuva de verão... a gente sabe que uma hora vem, só não sabe exatamente quando e quanto tempo vai durar.

Como é bom ter esse tempinho de vácuo e silêncio, como a solidão pode ser recompensadora e criativa.... principalmente aquela com hora marcada para terminar.

Dizem que não há felicidade que não se acaba nem dor que sempre dure... a efemeridade da vida chega a ser um conforto, um estímulo para o amanhã, um basta à monotonia e ao comodismo.... um convite à reflexão.

Nado... logo penso. Penso... logo existo.




quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Carta para meu marido


Mal amanhece o dia e sou acordada por um sorriso largo e uma bandeja de café. Não aquelas cestas enormes e enfeitadas que se vendem por aí, mas sim por uma bandeja simples, com um queijo quente e ovomaltine, ainda mais delicioso, adocicado pelo tempero do amor.


Após sua partida, volto a me deitar, aproveitando os últimos minutos que restam antes do início de mais outra quinta-feira. Mas dessa vez é diferente. Não se trata de um dia qualquer, de uma quinta qualquer, mas sim do dia no qual comemoramos nosso décimo aniversário de casamento.

Emocionada e melancólica, abraço meu enorme travesseiro e um filme dessa última década começa a passar pela minha cabeça, assim, de forma incontrolável. E eu me lembro de tudo. Do primeiro beijo roubado, na praia do Recreio. Da noite do reencontro do Dado Bier, que eu desejei intensamente que não acabasse jamais Do pedido de namoro, em meio aos fogos de artifício que iluminavam o céu do novo ano. Das intermináveis e tão esperadas idas e vindas à rodoviária. Do tempo que eu passava te esperando sentada na mala, e você sempre atrasado. Das poesias de Vinícius de Morais. Dos nossos encontros on line na madrugada. Do barulhinho delicioso do ICQ quando uma nova mensagem sua chegava.. Do abraço apertado a cada encontro e da lágrima contida em todas as despedidas. Das cartas, e mails, cartões virtuais, e tudo mais que guardo até hoje com todo carinho do mundo. Da descoberta da minha precoce gravidez. De você assustado, acariciando minha barriga. Do planejamento de nosso futuro, em um pedaço de rascunho com uma caneta marca texto azul. Da briga na véspera do grande dia. Da emoção ao te ver no altar, de olhos rasos, me esperando. Do beijo na testa que você me deu ao me receber. Da nona sinfonia de Beethoven. De você me ensinando a cortar a unha da nossa filha. Da nossa primeira casinha, tão pequena e gelada, com aquela parede vermelha que pintamos terrivelmente, onde fomos tão felizes. Dos primeiros passinhos da Lua, com aquela roupa listrada. Da descoberta da gravidez do Pepê. De você me abraçando e sentindo junto comigo todas as dores do seu nascimento. Da minha emoção ao constatar, logo que ele veio aos meus braços, a incrível semelhança entre vocês dois. Da nossa primeira viagem a sós, para Buenos Aires, sem saber que tantas outras viriam pela frente. Dos infinitos abraços de consolo nos momentos de dor, tão acolhedores. Do seu olhar orgulhoso ao comemorarmos juntos as nossas tantas conquistas. Do nosso pulo de pára-quedas, colocando em prática a veia radical do nosso relacionamento. Daquele fim de tarde na praia da Barra com as crianças, um dos muitos momentos nos quais nos damos conta de como a felicidade pode ser encontrada nas coisas mais simples. Do jantar inesquecível do meu aniversário, em Montreal, ao som de “Girl from Ipanema”. Das horas em que calados, olhamos um para o outro e constatamos como somos abençoados pelos nossos filhos. Dos filmes que assistimos abraçados, embora eu tenha dormido na imensa maioria deles. Do pôr-do-sol incrível que juntos presenciamos na ponte do Brooklyn Das corridas nas quais participamos, e você tendo como o principal objetivo chegar antes de mim. Do nosso plano, nunca concretizado, de fazermos nosso curso de mergulho. Das flores que você me deu, como esse arranjo lindo que hoje coloriu a minha manhã.

E sabe de uma coisa, ao repassar em um rápido flass back uma pequena parte do filme desses dez anos, fui invadida por um sentimento reconfortante de satisfação e agradecimento. Me levantei da cama para essa quinta-feira especial sentindo uma felicidade cortante atravessandoo meu coração. Felicidade por ter recebido da vida o presente mais precioso e raro que alguém pode desejar : o amor de verdade!!!!

Feliz aniversário!!!!

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Mas já???



Metade do ano se foi. Não sei se é impressão minha, mas às vezes me parece óbvio que quanto mais velhos ficamos, mais rápido o tempo passa.

O tempo. O maior bem do universo. A todos pertence, indiscriminadamente. A cura de todas as dores, o doce dos dissabores, aliado dos grandes amores.

O tempo traz a saudade e o reencontro, a decepção e o perdão, a conquista e a perda, a paixão e a indiferença, a guerra e a paz, a luz e o anoitecer.

Ora ele se apresenta como nosso mais fiel amigo, outras como um implacável inimigo. É a amostra grátis do paradoxo, a concreta prova da tão difundida profissão do “aqui se faz aqui se paga”.

Quando não encontramos mais nenhum apoio, é com ele que contamos, pois certeza temos de que ele nunca irá nos faltar. Muitas vezes corre apressado e não nos dá a menor chance de alcançá-lo. Tantas outras empaca mais do que burro velho no sertão, a gente empurra, empurra, mas não sai do lugar. Por nada. Teima em ficar ali, curtindo nossa dor em banho Maria. Cruel? Sábio?

Euzinha aqui já me encontrei diversas vezes nele depositando toda minha esperança. Da mesma forma, impaciente e ansiosa que só, também desejei ardentemente que ele simplesmente não existisse. Morresse, como tudo que é vivo!

Hoje posso dizer que estamos construindo uma relação mais madura. Como uma genuína taurina teimosa, não gosto de comprar brigas cuja derrota é certeira. Não gosto de perder. Nem um pouco.

Acho que a maturidade (já sou uma balzaquiana, help!!!) nos mostra que como o “que não tem remédio remediado está” (hoje tô inspirada nos clichês e na filosofia de botequim), temos mais mesmo é que aproveitar. Como é que dizia mesmo a sábia e erudita lição de nossa antiga ministra? Ah, sim, vamos “relaxar e gozar” (mais uma, oh God)!! Aproveitemos o que ele nos traz de bom, e suportemos os castigos que ele teima em carregar. Pacientes. Resignados.

Posso só pedir uma coisa pra vc, tempo ? Please? Nada mais de pés de galinha, pneuzinhos e celulites, ok? Outra coisa também: vamos tratar de acabar com essas espinhas porque eu já saí faz é mto tempo da adolescência (só vc ainda não percebeu). Sabe como é, a coisa já não tá mto boa pro lado dessa balzaca estreante aqui. Não dificulte mais ainda a minha vida, fazfavor!

Acho que podemos assim acertar os nossos ponteiros, certo?. Só me cabe agora conseguir acompanhá-los. Será?