quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Submersa em Pensamentos

Não gosto de me sentir só... gosto de ficar só. Não gosto de me calar... gosto do silêncio. Difícil é encontrar nessa correria da vida moderna um tantinho de tempo para nada ouvir... apenas pensar... uma conversa solitária cá entre mim e eu mesma.

Há um ano atrás eu tive uma fratura de stress no fêmur, o que me afastou de uma atividade que me dava um imenso prazer: correr. Depois um tempo parada e indesejáveis quilinhos a mais eu decidi que precisava buscar outra alternativa para melhorar a minha saúde e auto-estima. Fui nadar.

Qual não foi minha surpresa quando, entre uma braçada e outra, além de recuperar o prazer de um esporte que eu tanto pratiquei na infância, encontrei na natação meu momento de silêncio e solidão. E adorei.

É como um retorno ao ventre, um silêncio extremamente confortável e aconchegante, que me chama desesperadamente para meus pensamentos, para a reflexão... e a cabeça roda... fora de controle!

Paradoxo ou não, esses momentos de solidão extrema são justamente quando me sinto mais amparada, pois é a hora do encontro...ou reencontro.

Os pensamentos vão e vêm de forma tão rápida quanto aleatória..... lembranças, sonhos, decepções, dúvidas, indecisões, tudo assim,,,, junto e misturado, uma bagunça geral.... daquele tipo que só a gente mesmo consegue se encontrar.

A sensação de que nada há do lado de fora me dá prazer... pois naqueles momentos os problemas são só meus, as dúvidas me pertencem e as idéias e conclusões são como a chuva de verão... a gente sabe que uma hora vem, só não sabe exatamente quando e quanto tempo vai durar.

Como é bom ter esse tempinho de vácuo e silêncio, como a solidão pode ser recompensadora e criativa.... principalmente aquela com hora marcada para terminar.

Dizem que não há felicidade que não se acaba nem dor que sempre dure... a efemeridade da vida chega a ser um conforto, um estímulo para o amanhã, um basta à monotonia e ao comodismo.... um convite à reflexão.

Nado... logo penso. Penso... logo existo.




quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Carta para meu marido


Mal amanhece o dia e sou acordada por um sorriso largo e uma bandeja de café. Não aquelas cestas enormes e enfeitadas que se vendem por aí, mas sim por uma bandeja simples, com um queijo quente e ovomaltine, ainda mais delicioso, adocicado pelo tempero do amor.


Após sua partida, volto a me deitar, aproveitando os últimos minutos que restam antes do início de mais outra quinta-feira. Mas dessa vez é diferente. Não se trata de um dia qualquer, de uma quinta qualquer, mas sim do dia no qual comemoramos nosso décimo aniversário de casamento.

Emocionada e melancólica, abraço meu enorme travesseiro e um filme dessa última década começa a passar pela minha cabeça, assim, de forma incontrolável. E eu me lembro de tudo. Do primeiro beijo roubado, na praia do Recreio. Da noite do reencontro do Dado Bier, que eu desejei intensamente que não acabasse jamais Do pedido de namoro, em meio aos fogos de artifício que iluminavam o céu do novo ano. Das intermináveis e tão esperadas idas e vindas à rodoviária. Do tempo que eu passava te esperando sentada na mala, e você sempre atrasado. Das poesias de Vinícius de Morais. Dos nossos encontros on line na madrugada. Do barulhinho delicioso do ICQ quando uma nova mensagem sua chegava.. Do abraço apertado a cada encontro e da lágrima contida em todas as despedidas. Das cartas, e mails, cartões virtuais, e tudo mais que guardo até hoje com todo carinho do mundo. Da descoberta da minha precoce gravidez. De você assustado, acariciando minha barriga. Do planejamento de nosso futuro, em um pedaço de rascunho com uma caneta marca texto azul. Da briga na véspera do grande dia. Da emoção ao te ver no altar, de olhos rasos, me esperando. Do beijo na testa que você me deu ao me receber. Da nona sinfonia de Beethoven. De você me ensinando a cortar a unha da nossa filha. Da nossa primeira casinha, tão pequena e gelada, com aquela parede vermelha que pintamos terrivelmente, onde fomos tão felizes. Dos primeiros passinhos da Lua, com aquela roupa listrada. Da descoberta da gravidez do Pepê. De você me abraçando e sentindo junto comigo todas as dores do seu nascimento. Da minha emoção ao constatar, logo que ele veio aos meus braços, a incrível semelhança entre vocês dois. Da nossa primeira viagem a sós, para Buenos Aires, sem saber que tantas outras viriam pela frente. Dos infinitos abraços de consolo nos momentos de dor, tão acolhedores. Do seu olhar orgulhoso ao comemorarmos juntos as nossas tantas conquistas. Do nosso pulo de pára-quedas, colocando em prática a veia radical do nosso relacionamento. Daquele fim de tarde na praia da Barra com as crianças, um dos muitos momentos nos quais nos damos conta de como a felicidade pode ser encontrada nas coisas mais simples. Do jantar inesquecível do meu aniversário, em Montreal, ao som de “Girl from Ipanema”. Das horas em que calados, olhamos um para o outro e constatamos como somos abençoados pelos nossos filhos. Dos filmes que assistimos abraçados, embora eu tenha dormido na imensa maioria deles. Do pôr-do-sol incrível que juntos presenciamos na ponte do Brooklyn Das corridas nas quais participamos, e você tendo como o principal objetivo chegar antes de mim. Do nosso plano, nunca concretizado, de fazermos nosso curso de mergulho. Das flores que você me deu, como esse arranjo lindo que hoje coloriu a minha manhã.

E sabe de uma coisa, ao repassar em um rápido flass back uma pequena parte do filme desses dez anos, fui invadida por um sentimento reconfortante de satisfação e agradecimento. Me levantei da cama para essa quinta-feira especial sentindo uma felicidade cortante atravessandoo meu coração. Felicidade por ter recebido da vida o presente mais precioso e raro que alguém pode desejar : o amor de verdade!!!!

Feliz aniversário!!!!

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Mas já???



Metade do ano se foi. Não sei se é impressão minha, mas às vezes me parece óbvio que quanto mais velhos ficamos, mais rápido o tempo passa.

O tempo. O maior bem do universo. A todos pertence, indiscriminadamente. A cura de todas as dores, o doce dos dissabores, aliado dos grandes amores.

O tempo traz a saudade e o reencontro, a decepção e o perdão, a conquista e a perda, a paixão e a indiferença, a guerra e a paz, a luz e o anoitecer.

Ora ele se apresenta como nosso mais fiel amigo, outras como um implacável inimigo. É a amostra grátis do paradoxo, a concreta prova da tão difundida profissão do “aqui se faz aqui se paga”.

Quando não encontramos mais nenhum apoio, é com ele que contamos, pois certeza temos de que ele nunca irá nos faltar. Muitas vezes corre apressado e não nos dá a menor chance de alcançá-lo. Tantas outras empaca mais do que burro velho no sertão, a gente empurra, empurra, mas não sai do lugar. Por nada. Teima em ficar ali, curtindo nossa dor em banho Maria. Cruel? Sábio?

Euzinha aqui já me encontrei diversas vezes nele depositando toda minha esperança. Da mesma forma, impaciente e ansiosa que só, também desejei ardentemente que ele simplesmente não existisse. Morresse, como tudo que é vivo!

Hoje posso dizer que estamos construindo uma relação mais madura. Como uma genuína taurina teimosa, não gosto de comprar brigas cuja derrota é certeira. Não gosto de perder. Nem um pouco.

Acho que a maturidade (já sou uma balzaquiana, help!!!) nos mostra que como o “que não tem remédio remediado está” (hoje tô inspirada nos clichês e na filosofia de botequim), temos mais mesmo é que aproveitar. Como é que dizia mesmo a sábia e erudita lição de nossa antiga ministra? Ah, sim, vamos “relaxar e gozar” (mais uma, oh God)!! Aproveitemos o que ele nos traz de bom, e suportemos os castigos que ele teima em carregar. Pacientes. Resignados.

Posso só pedir uma coisa pra vc, tempo ? Please? Nada mais de pés de galinha, pneuzinhos e celulites, ok? Outra coisa também: vamos tratar de acabar com essas espinhas porque eu já saí faz é mto tempo da adolescência (só vc ainda não percebeu). Sabe como é, a coisa já não tá mto boa pro lado dessa balzaca estreante aqui. Não dificulte mais ainda a minha vida, fazfavor!

Acho que podemos assim acertar os nossos ponteiros, certo?. Só me cabe agora conseguir acompanhá-los. Será?









sábado, 22 de maio de 2010

Esvaziando a alma

As grandes decepções costumam vir de onde menos esperamos. Que busquemos força para mantermos nossos princípios e termos piedade daqueles que sequer são capazes de compreender o sofrimento do próximo.

Amar não é compartilhar apenas o lado bom da vida.... isso é muito fácil para ser amor, não seria tão simplório assim. O verdadeiro amor é aquele que se manifesta nos momentos de tristeza, é um olhar de compreensão, um abraço de companheirismo, uma palavra de consolo, um gesto de gentileza. É na dor que temos a chance de enxergar por detrás do invólucro, é nela que se manifestam os reais valores que cada um guarda dentro de si.
 
Eu sou daquelas que se doam por completo. Eu sofro junto, choro junto, rezo junto, grito junto... ainda que em silêncio. A minha essência é contrária à indiferença. Se estou certa ou errada? Não sei. Se sofro mais do que deveria? Bem capaz. Se me preocupo em excesso? Muito provável. Se conseguiria ser feliz de outra forma? Certamente não.
 
É incrível como certos gestos magoam a gente de uma forma tão profunda, que sequer conseguimos sentir raiva, ódio ou rancor. Hoje eu me sinto assim, com o coração esvaziado pelo descaso, com a alma enfraquecida pela ausência, mas com o peito ainda mais fortalecido para ajudar aqueles que sei que estão precisando de mim, e que comigo sempre poderão contar.
Porque eu sou assim inteira, e inteira sempre hei de ser. Graças a Deus.
 

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Top 10 Cold!!

Gentem... eu ODEIO frio.. de verdade, do fundo da minha alma... me irrita, me tira o bom humor, acaba com a minha disposição (que já não é lá essas coisas). Argh!! Não gosto, não gosto, não gosto!!

Mas como na minha auto-terapia – quem me dera ter tempo para fazer uma terapia de verdade – eu me impus como meta sempre buscar extrair o que há de positivo das situações e acontecimentos inevitáveis, cá estou eu, como sempre uma aluna aplicável, cumprindo com o meu dever de casa. Para isso, segue a lista 10 Mais do que o frio me traz de bom (não necessariamente nessa ordem):


01 – Possibilidade de usar meus casacos lindos e chiques, de todas as cores e modelos imagináveis;
02 – Botas, botas e mais botas. Amo!!
03 – Foundue e brigadeiro de panela. Infelizmente, como estou de dieta, procuro esquecer que essas coisas deliciosas existem.
04 – Banho quente. Isso é o ano todo, mas no frio é ainda mais delicioso... gosto daqueles que de tão quentes chegam a queimar a pele (ai, me interna!!).
05 – Dormir, muito, muito, muito... abraçadinho, é melhor ainda
06 – Assistir um bom filme, embaixo de uma coberta grossa.
07 – Namorar, namorar, namorar....sempre!
08 – Abraçar meus filhotes quentinhos de manhã, com aqueles pijamas macios de plush.
09 – Encostar o nariz gelado no pescoço quentinho do meu amor... ai, como isso é bom!
10 – Tomar sopa fresquinha no jantar. É bom, saudável e emagrece!!

Pronto.

Missão cumprida.
Não foi tão difícil assim.
Fui.
Bjs.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Paulistanamente

Final de semana de virada cultural em Sampa… 24 horas de cultura e entretenimento grátis, de alta qualidade.

É por essas e outras que eu me vejo cada vez mais envolvida por São Paulo… esse quilombo cosmopolita que abriga gente das mais diferentes origens, raças e crenças, uma mistureba geral que dá um toque todo especial e único à essa cidade caótica, mas igualmente acolhedora.

Não. Nós não vivemos aquele amor arrebatador, à primeira vista. Sampa foi me conquistando aos poucos, de forma sutil, gradativa, sem pressa ou euforia.

A cada nova descoberta nessa imensidão infinita de concreto, me sinto ainda mais irremediavelmente imiscuida nessa cidade. Passeio no parque das bicicletas, almoço de domingo na serra da cantareira, corrida no Ibirapuera, tarde de atividades no Sesc, cineminha de qualidade no domingo, jantar no OBÁ, barzinho na Vila Madá, balada alternativa, visita à Pinacoteca, comprinha na Zepa ou na 25, acarajé do Templo da Bahia, macarronada no Bixiga, sushi no Aoyama, caminhada sem rumo na Paulista, pausa na Livraria Cultura, festa na Casa Amarela, e tantas e outras mais.

Em Sampa não dá pra ficar parado assistindo tv ou enclausurado no shopping no final de semana. As opções de diversão, cultura e lazer são tão variadas e interessantes, que o negócio mesmo é se abrir para novas experiências e aproveitar ao máximo essa diversidade que a cidade nos oferece.

Hoje, felizmente, posso dizer que consegui me despir de todo pré-conceito que por anos me vez encarar Sampa apenas sob uma ótica pejoarativa, ofuscando tristemente as muitas qualidades da cidade, que ora me parecem tão óbvias ao ponto de ser invadida por um orgulho imenso não só de morar, mas de viver nessa paulicéia desvairada!!

 *   Fotinho tirada na Praça Júlio Prestes, logo após ao show do Toquinho

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Eu, mãe

Me tornei mãe aos 20 anos. Completamente imatura e despreparada me vi responsável por uma vida frágil que dependia 100% de mim. Éramos só nós duas. Meu marido ainda morava em outra cidade com seus pais, terminando sua faculdade de Medicina. Meus pais enfrentavam sérios problemas, e estavam prestes a se separar.

Minha filha nasceu com dificuldades respiratórias e ficou uma semana na UTI. Quando recebemos alta, meu marido já havia perdido aulas demais e precisava voltar imediatamente para a faculdade, afinal ele se formava naquele ano e dependíamos disso para conquistarmos nossa própria renda. Eu abandonara meu emprego quando soube da gravidez. Estava no segundo ano da faculdade e tirei uma licença-maternidade.
Como foram difíceis aqueles dias. Eu me sentia muito só, incapaz de cuidar daquela pessoinha que estava nos meus braços. Tinha medo de lhe dar banho, de cortar-lhe as unhas, de trocar suas fraldas, de limpar o umbiguinho. Sentia muita dor ao amamentá-la e estava sempre profundamente cansada.
Eu olhava para minha filha e pensava que ela era tão linda e perfeita, que não merecia uma mãe daquela forma despreparada como eu. Por isso eu chorava, chorava e chorava.
O tempo foi passando, como sempre passa. Eu já não sentia mais dor ao amamentá-la. Muito pelo contrário. Para mim eram os momentos mais calmos e incríveis do dia. Lembro-me perfeitamente do dia no qual, sentada no sofá da casa dos meus pais, olhando minha filha de fralda após uma longa mamada, grande e saudável, naquela época um bebezão de 04 meses, eu me dei conta de que tudo, tudo que ela era, eu havia lhe dado, todo alimento que sustentara aquele pequeno ser havia sido por mim produzido, inicialmente transmitido pelo cordão umbilical, e depois pelos meus seios, sempre cheios e fartos de leite.
Sim, naquele instante, naquele exato instante, eu pude sentir um amor avassalador e cortante me atravessar o peito, e assim, enfim, eu me tornei mãe.
Eu nunca mais haveria de sentir pena da minha filha. Passei a contemplá-la como uma criaturinha de tamanha sorte e graça por ter alguém que lhe amasse tanto ao seu lado, alguém tão e verdadeiramente empenhada em fazê-la feliz.
A maternidade não pode ser explicada, apenas vivida, ela é uma experiência tão única e particular que qualquer tentativa de definição não seria justa e nem tampouco condizente com o sentido real da palavra.
Hoje eu me vejo inteiramente realizada como mãe. Creio que o que passei na gravidez e nascimento de minha primeira filha foi um grande e lindo aprendizado, que me ajudou a receber meu segundo filho já com a alma preenchida por aquele amor, tão conhecido como o “amor incondicional”, pois uma vez mãe, mãe para sempre!


sexta-feira, 7 de maio de 2010

Eu não estou de TPM

Momento desabafo: ODEIO GENTE FOLGADA!!!!!!!!!!!!!

Eu sou um doce de pessoa, educada, gentil, atenciosa..... mas não venha pisar na minha cabeça ou me fazer de idiota.... pq aí eu fico mais amarga que jiló e tão intragável quanto picles em conserva (me desculpem dos que gostam de picles, nada pessoal).

Ai, vou lá matar um e já volto!


terça-feira, 4 de maio de 2010

Me and myself

Hoje eu acordei com um aperto forte no coração, um vazio insistente no peito, e ao parar pra pensar no que estava acontecendo, sentada na cama antes de me levantar, surpresa, me dei conta de que eu estava com saudade. Saudade de mim.
Saudade de colocar meu tênis e sair correndo por aí. Saudade de me olhar no espelho sem uma multidão à minha frente me impedindo de enxergar a imagem nele refletida. Saudade de sentar para ler um bom livro sem desviar minha atenção a cada segundo. Saudade de me sentir plena e sem aquela angústia a me atordoar. Saudade de olhar o sol brilhando no céu e abrir um sorriso espontâneo, assim, de graça. Saudade de pisar descalça na areia, e sentir o geladinho do mar adentrando lentamente entre meus dedos. Saudade de chorar sem saber o motivo. Saudade de deitar na rede lá de casa, e escutar aquele grunhido chato e delicioso do vai e vem. Saudade de me perder em meus próprios pensamentos. Saudade de tomar um banho gelado de cachoeira, daqueles que libertam a alma e nos purificam por inteiro. Saudade de acordar tarde, com aquela dor no corpo, perdida no tempo e no espaço. Saudade de ficar de bobeira na cama, mexendo no cabelo, sem nada a pensar. Saudade de dançar, de pegar um cineminha, jogar conversa fora sentada no bar, soltar uma gargalhada boba sem razão.
Hoje bateu aquela vontadezinha de ser um pouco egoísta, de dizer não, não posso, não quero, não me interessa, não tenho tempo, não gosto, não faço, não ligo. Não. Por quê? Porque não!!!
Pois é, parando um pouco pra pensar eu percebi que tenho me sentido só, abandonada por mim mesma. Acho que por muito e tantos amar tenho me deixado meio de lado, como aquele boneca velha, que a gente tanto gosta, mas que ta lá, esquecida no fundo do baú, tão longe e tão perto, logo ali, ao alcance de nossas mãos.
Ainda ontem li uma frase, não me lembro de quem, que dizia mais ou menos assim:
“Felicidade é a única coisa que podemos dar sem possuir.”
Não concordo. Decerto que não.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Balzaquianices

Aos vinte eu achava que já sabia de tudo.
      Aos trinta eu estou tentando me conhecer.
Aos vinte eu tomava vodka com guaraná.
      Aos trinta não dispenso um bom vinho francês.
Aos vinte eu escutava pagode e adorava o Alexandre Pires.
      Aos trinta Chico Buarque me leva às lágrimas.
Aos vinte meu sonho de liberdade era pegar carona na estrada e viajar por aí.
      Aos trinta eu quero mesmo é saber voar.
Aos vinte eu me preocupava demais com o que pensavam de mim.
      Aos trinta eu me contento que me respeitem.
Aos vinte eu dormia às 4 e acordava às 14.
      Aos trinta eu adoro a luz do sol.
Aos vinte eu acreditava em príncipes e cinderelas.
      Aos trinta eu prefiro Nelson Rodrigues.
Aos vinte meu sonho de consumo era uma bolsa da Victor Hugo.
      Aos trinta busco uma Goyard.
Aos vinte usava pankake para esconder minhas espinhas.
      Aos trinta um bom corretivo dá conta do recado.
Aos vinte eu lia Contigo, Caras e assistia novela.
      Aos trinta eu leio Clarice Lispector e vejo Woody Allen, Almodóvar e Benigni.
Aos vinte eu tentava sempre abraçar o mundo.
      Aos trinta me aconchego nos braços de quem amo.
Aos vinte eu achava que paixão era amor.
      Aos trinta eu sei que amor é querer estar junto.
Aos vinte eu não tinha a menor idéia do que queria da vida.
      Aos trinta eu sei exatamente o que não quero.
Aos vinte eu não pensava no amanhã.
      Aos trinta eu me perco nos meus próprios planos.
Aos vinte eu era movida a ilusões e sonhos.
       Aos trinta eu consigo realizá-los.
Aos vinte eu não enxergava nada além de mim.
       Aos trinta às vezes não consigo me encontrar.
Aos vinte eu chorava quando era contrariada.
      Aos trinta eu grito.
Aos vinte eu era insegura e me achava incapaz.
      Aos trinta não acredito em tudo que conquistei.
Aos vinte eu buscava um amor completo e verdadeiro.
      Aos trinta eu sou imensamente feliz ao lado dele.


É, acho que eu tenho mesmo muito o que comemorar!!

terça-feira, 27 de abril de 2010

Eu queria...


Eu queria poder estar ao seu lado o tempo todo, segurando sua mão e te dizendo:- fique tranqüilo, está tudo bem. Mais que isso. Eu queria que você acreditasse no que digo. Eu queria poder te consolar e dizer que todo esse sofrimento é passageiro, e que na verdade você foi abençoado, pois ganhou a chance de recomeçar, o que é uma dádiva em um mundo que muitas vezes cobra um preço bem alto pelos nossos erros, nem sempre justo. Mais que isso. Eu queria que minhas palavras fossem capazes de lhe trazer algum conforto. Eu queria poder te mostrar o lado positivo dessa dor que hoje tanto te faz chorar, mas que em um futuro próximo será responsável por muitos dos seus sorrisos. Mais que isso. Eu queria que meu amor fosse capaz de arrancar-lhe essa dor do peito. Eu queria poder te explicar que todas as experiências que temos na vida servem para nos trazer ensinamentos, para nos fazer crescer, e que se pararmos para pensar, são justamente essas bagagens que carregamos que nos tornam quem realmente somos. Mais que isso. Eu queria que você fosse capaz de me entender. Eu queria poder te abraçar e te transmitir toda fé e esperança que a muito custo guardo dentro de mim, de forma a te acalmar, para que você consiga alcançar a serenidade que precisará para esperar o tempo necessário. Mais que isso. Eu queria fazer o tempo correr mais rápido. Eu queria poder amenizar toda angústia que muito descontente noto em seu olhar, sempre ávido por uma saída que infelizmente está muito mais longe do que você imagina. Mais que isso. Eu queria que meus olhos pudessem enxergar o que você tanto procura. Eu queria poder te carregar em meus braços, como tantas vezes você já me carregou, de forma a tornar sua caminhada menos penosa e árdua como sabemos que ela será. Mais que isso. Eu queria construir-lhe um atalho. Eu queria poder te mostrar que vivemos um verdadeiro milagre, pois juntos renascemos no dia do meu aniversário, e que por isso devemos ser gratos e valorizar aquilo que realmente importa. Mais que isso. Eu queria que você compreendesse o verdadeiro significado desse milagre. Eu queria poder retribuir de alguma forma o lindo presente que você me deu em um dia no qual eu nem queria acordar, que amanheceu escuro e vazio, mas bem diferente do que eu poderia imaginar, foi um dia mágico do qual eu jamais esquecerei. Mais que isso. Eu queria lhe entregar a vida de presente.

E é justamente por tanto e tudo querer, que apesar de cansada e desgastada por tanta dor, eu encontro forças para continuar nessa luta e lhe estender a mão, para que você encontre um apoio firme e seguro, que jamais lhe faltará.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Para um gigante apaixonado pela vida


Viver é realmente um desafio intenso, contínuo e por vezes bem desgastante. A realidade é fugaz. Em frações de segundo nossa história pode passar de uma comédia bonachona americana para um belo dramalhão mexicano. É por isso que devemos viver intensamente, e sempre, mas sempre buscar a felicidade, por mais escondida que ela possa estar.
A felicidade para mim é um estado de espírito. É um ser, um sentir, uma saber, um estar, um querer.
Eu sou feliz mesmo nos momentos mais tristes da minha vida, como o que estou vivendo agora.
Isso eu aprendi com você. Você me ensinou a encarar a vida como uma oportunidade única e divina. Seu sorriso tenro, doce e sincero, iluminou cada dia desses meus quase trinta anos. E eu me sinto imensamente abençoada.
Nesse momento uma sensação angustiante de impotência repousa sobre mim. O que eu devo fazer? Que palavras dizer?
Acho que o meu amor, esperança, fé e otimismo são tudo que posso te oferecer. É pouco. Eu sei. Queria te oferecer o mundo. Eu não posso.
Nós já enfrentamos tanta coisa juntos nessa vida. Sempre fomos o ponto de equilíbrio um do outro. E sempre saímos vencedores. Não, isso não vai mudar agora. Claro que não vai.
Olho para trás e não consigo me lembrar de um único evento da minha vida, triste ou feliz, no qual você não esteve presente, ainda que em pensamento.
Sabe, muitas vezes eu me sinto uma menininha frágil, carente que precisa saber que tem um colo macio e quente para se aconchegar. Eu preciso tanto de você. Muito mais do que você imagina.
Eu to triste sim. Mentiria se dissesse que estou bem. É claro que não estou. Como poderia? .Dói demais.
Mas sabe, a minha dor não vem do medo de te perder. Eu tenho certeza de que isso não vai acontecer. A minha dor é fruto do seu sofrimento. Te ver aflito, inseguro e triste e não saber como te ajudar, acaba comigo, de verdade.
Vamos lá, levante essa cabeça, vamos lutar juntos, enfrentar mais esse obstáculo, vencer mais esse desafio. Vambora que a gente tem força suficiente pra isso. Somos calibrados pela vida, é ou não é?
Não deixe o medo te abater. Eu também tenho medo. Mas nós somos superiores, nós amamos a vida e iremos lutar por ela incansavelmente. Nós devemos isso pra Ele, certo? Não somos mal agradecidos, afinal de contas, apesar das muitas dificuldades, a vida foi bem camarada com a gente. Foi sim.
Olha, agora papo sério. Pó pará com isso, hein? Bora levantar esse astral, canalizar pensamentos positivos, olhar para essa provação como uma chance de recomeçar. Quer dádiva maior do que essa? Quantos nós conhecemos que não tiveram a mesma oportunidade?
O recomeço é um privilégio de poucos, e se Deus está te abençoando com esse presente é porque sabe que você é um cara do bem que tem ainda muita coisa legal pra fazer por aqui.
Quero ver esse sorriso fácil brotar de novo nesse rosto tão expressivo, que fala por si, sem precisar dizer nada. Quero ver o brilho do seu olhar encantado pela vida e pelas coisas boas que ela já nos proporcionou. Quero ver você com fôlego total para viver intensamente, como sempre fez, sem medo do amanhã. Quero ver esse seu imenso coração batendo forte novamente, abrigando todo amor e ternura que você guarda dentro dele.
Nós somos grande o suficiente quando somos do tamanho dos nossos sonhos. Por isso que pra mim você sempre foi um gigante!!

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Vou lá e já volto.

Fiquei tanto tempo sem vir aqui desabafar, que fica difícil decidir sobre o que falar em cada post. Os poucos minutos que eu busco tão insistentemente encontrar dentro dessa vida louca para me dedicar a esse tão singelo quanto inestimável cantinho, são pra mim realmente valiosos, uma verdadeira terapia, onde consigo ir bem lá no fundo da alma e me conhecer melhor, extrair emoções que muitas vezes ficam adormecidas, camufladas pela rotina incessante do dia-a-dia, mas que precisam ser expressadas, extravasadas, pensadas e repensadas. Escrever foi uma forma que encontrei para me conhecer melhor, para entender um pouco mais os meus conflitos, inseguranças, complexidades.
Mas sabe, hoje não quero me conhecer um pouco mais. Não quero sentar em frente a esse teclado e deixar o coração digitar meus devaneios. Quero é curtir esse momento, sentir no peito a alegria que me abate por saber que esse dia finalmente chegou, que vou poder desfrutar de momentos de ócio, diversão e prazer ao lado da minha família. Eu tô de fériasssssss!!!!!!!!!!!!!!!!
Quero pensar em nada não. Que se dane a empregada, as compras do supermercado, o leite que está faltando, a lição de casa das crianças, os dejetos da cachorra pela casa, as contas que estão pra vencer, o trânsito #%$#*# dessa cidade, a falta de tempo para tudo, os milhares de e mails que tenho que responder, as reuniões, telefonemas, despertador, cara-feia, banco, farmácia, regime, médicos... Ufa!!
Nesses dias quero é ficar com minha família, meus filhotes lindos, perfeitos, maravilhosos, presente de Deus, que só me trazem alegria e amor e que me ensinam todos os dias que o valor da vida está nas coisas simples, como em uma gargalhada pura e inocente, ou em um abraço apertado e verdadeiro!!!
Não é a toa que tanto se diz que a felicidade é construída por pequenos momentos de alegria, que por fugazes devem ser curtidos da forma mais intensa possível, como se fossem únicos.
Bom, preciso ir. Vou lá curtir meu momento de alegria, minhas férias tão esperadas, meu descanso. Vou lá curtir minha familhinha e ser um pouquinho mais feliz nesses dias, por que eu mereço, e como mereço!!
Vou tentar aparecer por aqui vez ou outra.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Carta para você


Eu tentei. Só Deus sabe como eu tentei te entender. Quantas vezes perdoei suas mais duras e cruéis palavras por perceber que você simplesmente não sabia o que dizia. Hoje questiono se você realmente não sabia o que dizia ou se na verdade sempre se escondeu atrás dessa conveniente fragilidade, que tantas vezes mais lhe serviu como um escudo de impunidade para as suas mais desmedidas atitudes.
Por muito tempo não tive para onde fugir. Triste, e sem entender os tantos porquês que povoavam meus pensamentos eu buscava incessantemente uma explicação. Acho que não queria te enxergar do jeito que você realmente era, e me protegia à procura de um motivo, seja ele qual fosse, para poder te entender, e até mesmo te admirar. Eu me esforcei muito, te perdoei um sem número de vezes, mesmo que você nuca tenha me pedido perdão.
Como eu queria me sentir segura junto a ti, como eu desejei experimentar, ainda que uma única vez, o aconchego de seu colo. Como eu queria acreditar que podia contar com você, que um dia ouviria palavras doces de consolo nos momentos que tanto precisei.
Mas não, você nunca percebeu nada disso. Nunca me notou. Estava ocupada demais com toda sua amargura e ressentimento para olhar para mim e se dar conta das minhas carências e fragilidades. Eu tinha medo do escuro, e você nunca me estendeu a mão ou me disse: - tá tudo bem, eu tô aqui.
Eu não tenho culpa de tudo que aconteceu. Eu era só uma criança. Aprendi desde cedo que a vida era bem diferente daqueles contos de fadas que você nunca leu pra mim.
Mas sabe, eu cansei. Hoje não espero mais nada . Não criar mais expectativas foi a forma que encontrei de me proteger de tantas decepções. Eu poderia me fazer vítima diante de tudo isso. Poderia, assim como você, procurar culpados. Mas não. Eu não sou assim. Eu sou diferente. Talvez por saber disso eu te incomode tanto.
O engraçado é que toda a solidão que vivi me ensinou que a minha felicidade só depende de mim. Que eu sou a única responsável por minhas vitórias e derrotas. Os sabores e dissabores da vida a mim pertencem, e a mais ninguém.
Talvez tenha sido essa a única lição que você me ensinou, mesmo sem saber.
Eu não guardo ressentimentos. Verdade que não guardo.
Hoje eu sinto pena, muita . Pena por você nunca ter enxergado a pessoa bacana que me tornei. Acho que se você pudesse me ver da forma como realmente sou, você sentiria orgulho de mim. Juro que sentiria. Claro que eu tenho um sem número de defeitos. Não os defeitos que você sempre me apontou tão injustamente, mas inúmeros outros que por tão ausente você nunca foi capaz de notar.
Mas tudo bem, tá tudo certo entre a gente. Se em 30 anos você nunca quis me conhecer, não é agora que isso vai mudar, claro que não. Vou lá viver a minha vida. Agora eu sei que há muito tempo você não faz mais parte dela.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Após a tempestade

Naquele dia ela acordou, olhou para os lados e percebeu como sua vida era perfeita. Tudo lá, bonitinho, no exato lugar que deveria estar, milimetricamente planejadinho. Melhor impossível.
Tinha tudo a sua volta, emprego, amigos, família, lar, amor, dinheiro, e planos, muitos planos. Mal podia acreditar naquele enredo, que mais lhe parecia cenário de cinema, com aquela casinha branca em um imenso gramado verde, impecável, e um balanço pendurado no galho robusto de uma enorme amendoeira, num indo e vindo ritmado, e sobre ele duas longas tranças acariciando o vento, e vice-versa. Dentro da casa aquele cheirinho de eucalipto, vasos coloridos enfeitando a janela, pãozinho fresco com manteiga derretida, na fresta da cortina entreaberta um feixe de sol realçava ainda mais toda aquela atmosfera de felicidade, que naquele momento de tão real se tornara palpável. E o dia transcorreu assim com a beleza e serenidade habitual de tantos outros, irretocável aos seus olhos.
Ao cair a noite a lua nova realçava um imenso céu de estrelas, tantas vezes admiradas a dois, que mais pareciam fogos de artifício, uma comemoração gratuita da natureza. Mas a profecia daquele lindo dia de sol anunciado há pouco, na noite estrelada anterior, daquela vez não se cumpriu. Não entrava mais luz pela fresta da cortina. O balaço havia sido derrubado pela grande tempestade que surpreendeu a madrugada. O cheiro de chuva e terra molhada não abriram espaço para o eucalipto tomar o seu lugar. A tempestade da madrugada devastara de forma tão abrupta e repentina o seu castelo de sonhos. Ela não tinha forças para acordar. Não queria ter de enfrentar a realidade de que sua vida nunca fora tão perfeitinha da forma como por tantos anos ingenuamente acreditou. Mas ela não podia ficar ali deitada, de olhos fechados, como se ainda dormisse na mesma vida de antes da tempestade. Ela queria fugir, ficar só, pensar e entender em que parte tinha perdido o controle sobre aquele roteiro que até então lhe parecia tão bem escrito e interpretado. Por que amanheceu um dia frio, escuro e chuvoso se na noite anterior foi dormir sob o céu de estrelas? E ela levantou. Não tinha escolha. Era tarde demais para encontrar o pãozinho fresco na padaria. Naquela manhã teve de se contentar com um pedaço de pão amanhecido e um café tão amargo como lhe parecia sua nova vida.
Olhou-se no espelho e seus olhos estavam ainda mais verdes. Mas a cor era realçada pelas lágrimas. Era um verde marcante, profundo...e triste.
E ela continuou a acordar tarde por um bocado de tempo. Não conseguia mais servir aquele pãozinho fresco com manteiga derretida. Acho que na verdade ela não queria relembrar o gosto delicioso de uma vida que não mais lhe pertencia. Talvez por isso acordasse tarde.
Mas o tempo não parou para contemplar seu sofrimento, ele foi correndo como sempre, nem mais rápido, nem mais devagar. Igual. E toda manhã, mesmo contrariada, ela tinha de se levantar e viver mais um dia daquela nova vida, após a tempestade.
Ela tentava duramente reencontrar aquela força que por tanto tempo lhe pareceu desnecessária. O caminho, dantes feito de pedrinhas brancas e simétricas estava agora inundado por aquela triste tempestade, irregular e imprevisível.
Mas ela foi andando, mesmo sem saber qual seria seu destino. E em cada dia chuvoso e cinza que amanhecia ela experimentava novas sensações, conhecia novos sentimentos, sofria, chorava, e tentava se encaixar naquele enredo incerto, tão afetado por aquela tempestade.
A casa já não lhe parecia tão bonita. As paredes brancas traziam agora os vestígios do forte período de chuvas. Ela não tinha vontade de limpá-las como antes. O gramado também não era mais tão verde. Estava marrom, sem brilho.
Mas o sol foi aos poucos aparecendo novamente. Vez ou outra se escondia, por horas, por dias, ou semanas. Tanto faz. O que importa é que ele também freqüentemente aparecia, ainda que para uma breve visita.
Até que um dia, nessa nova vida após a tempestade, aquele feixe de sol entrou novamente pela fresta da cortina. E ela acordou. E era cedo. No caminho percebeu que alguém havia consertado o balanço. Voltou com um pão quentinho da padaria. Sentou-se olhando a manteiga no centro da mesa. E sentiu medo.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Mais uma vez, de volta à web!!


Depois de mais um longo hiato eu estou de volta. Senti saudade desse meu cantinho, que ficou aqui tão triste, sozinho e abandonado.Não pretendo fazer uma retrospectiva de tudo que aconteceu nesse último ano.
2009 foi um ano maravilhoso, recheado de novas conquistas e de muitas vitórias. Lendo o post que escrevi no final de 2008 listando meus planos para 2009 tive uma grata surpresa ao constatar que realizei sim a maioria dos planos que havia traçado.

Bora lá::
01 – cuidar mais da minha saúde, praticar exercícios físicos e sair do sedentarismo;

Missão cumprida. Entrei na academia, comecei a correr. Mudei completamente meu estilo de vida. Infelizmente sofri uma fratura por stress no final do ano e até hoje não me recuperei totalmente. Estou afastada das corridas desde novembro do ano passado. Sinto muita falta, ficou um vazio. Estou em crise de abstinência de endorfina, esse negócio vicia mesmo.

02 – escrever a minha monografia

Sim, escrevi minha monografia e no dia 30 de novembro a defendi perante a banca. Tirei 10. Foi muito emocionante, uma grande vitória depois de um ano de dedicação! O Ric, meu pai e alguns amigos assistiram à sustentação. Nada melhor do que estar rodeada por pessoas que tem amam em um momento tão desafiador como esse.
03 – ler mais, estudar mais

Estudei bastante, mas quase sempre meus estudos foram direcionados para minha monografia. Não li o tanto quanto gostaria.

04 – dormir mais cedo e mudar a qualidade de vida

Ai, melhor nem comentar. Ainda durmo tarde da noite. 24 horas pra mim é tempo de menos para tudo o que tenho que fazer no dia-a-dia. Esse papel de mulher moderna tão duramente conquistado pela geração passada dá um trabalho danado pra ser interpretado!

05 – correr alguma prova, de 10 ou 15 Km

Corri não só uma como várias provas em 2009, umas seis, talvez sete. A maior distância foi de 16Km, quando perdi duas unhas do pé rsrsrsr

06 – economizar $$ para a minha casa nova

Sim, economizei dinheiro e aumentei minhas reservas para a casa nova. Pretendo fazê-la exatamente da forma como tanto planejei e idealizei. Um lugar aconchegante, bem colorido, alegre, que me obrigue a ser feliz!
07 – passar mais tempo com as crianças e otimizar mais o meu trabalho para que isso seja possível

Essa foi sem dúvida a maior e mais gratificante de todas as conquista. Mudei de emprego. Trabalho agora bem pertinho de casa, chego muitooooooooo mais cedo e tenho mais tempo para me dedicar à vertente da mulher moderna que mais me agrada e fascina: ser mãe!

08 – fazer um curso de línguas, inglês ou francês

Retomei minhas aulas de inglês depois de muitos anos afastada da língua. Nesse meu novo emprego esse é um requisito mais que essencial, obrigatório Ainda estou um pouco enferrujada, mas a melhora já é notável. O Francês não consegui fazer em 2009, mas é um plano para 2010. ASAP!!!

Realmente são muitas realizações. Que ano abençoado foi 2009, em todos os aspectos da minha vida! Tenho só o que agradecer a Deus, por ter sido um cara tão bacana comigo, por ter me dado garra e sabedoria para correr atrás de tudo que planejei e para realizar tantos outros feitos que sequer faziam parte do script, mas que hoje estufam meu peito de tanto orgulho.
Eu me amei muito em 2009. Uma pena que eu tenha me afastado do blog e deixado de registrar esse ano tão mágico que vivi. Volto agora para não cometer a mesma injustiça com 2010, que já começou com muitos planos e expectativas.
A minha idéia ao criar esse blog, tantas vezes abandonado, foi justamente poder futuramente ter um pequeno registro das minhas conquistas, fracassos, emoções, pensamentos, devaneios, e coisa, e tal. Um pequenino, moderno e despretensioso diário eletrônico, que poderá um dia ser lido por meus filhos para que eles conheçam um pouco melhor quem eles tão amorosamente chamam de “mãe”!